Por que?

Por que será que, às vezes, somos feridos por um juízo cuja inteira insuficiência conhecemos? Por que somos irritados por uma ofensa de caráter nitidamente desprezível? Por que, ao nos encontrarmos em um lugar onde todas as outras opiniões são diferentes da nossa, mesmo sabendo no fundo que temos razão, nos sentimos inseguros, indefesos e chegamos até a desconfiar de nossa própria opinião? Será que somos demasiadamente humanos? Será possível controlar-se, confiar em nós mesmos? O melhor remédio contra esses problemas seria permanecer centrado, não deixar o externo invadir o seu eu interior. Como o fizera Platão, o qual era constantemente insultado por um de seus rivais. Um dia um discípulo de Platão perguntou a ele por que ele agüentava tantos desaforos. O sábio respondeu “se um asno me desse um coice, deveria eu revidar tal ato inconsciente? E além do mais, as palavras as quais essa pessoa dirige não cabem a mim”. Podemos, portanto, inferir que a neutralidade perante as adversidades do mundo nos garante uma certa dose de liberdade. A liberdade de não se afetar por ninharias.

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