As melhorias econômicas já não anunciam o fim do desemprego. As empresas procuram flexibilidade, ou seja, racionalização de mão-de-obra para o aumento do lucro. Ninguém mais tem garantia de emprego e os que hoje estão empregados dêem "graças a Deus" e rezem muito (embora isso seja inútil) para não perderem os seus empregos. Aquela velha ladainha de que "quem é bom está sempre no mercado" não funciona simplesmente dessa forma. Enquanto o funcionário dá lucro à empresa, ele terá o seu emprego, a partir do momento em que ele começa custar caro, existem outros milhões que podem substituí-lo. Quantas pessoas competentes você já viu cair de seus cargos por esse motivo? Eu conheço alguns casos significativos. Na verdade, ninguém mais tem garantia de nada. Estamos vivendo um dos piores tempos da humanidade em termos de bem estar social. Quem depende da previdência que o diga. Como essas pessoas que não podem se inserir no cruel mercado de trabalho são tratadas, taxadas de inválidas, preguiçosas, lixo da sociedade... Privatizaram tudo, e hoje dependemos da boa vontade dos grandes capitalistas para não morrermos de fome - essa é a mais cruel realidade. E os otimistas que me perdoem, a tendência agora é só piorar. As nossas vidas já não podem mais ser vividas como projetos, planejadas, pois não há mais segurança de nada. Não sabemos o dia de amanhã. Não sabemos o que nos espera no futuro, e a única certeza que temos é que podemos ser os próximos a não conseguir um assento na dança das cadeiras. "Não existe mais salvação para a sociedade. Para o sociólogo Zygmunt Bauman, isto significa que não existem mais órgãos que assegurem a ordem social global. A responsabilidade pela situação humana foi privatizada e os instrumentos e métodos de responsabilidade foram desregulamentados. O engrandecimento individual tomou o lugar do aperfeiçoamento e melhoramento do social. Agora, são a sagacidade e a força individual que são requisitos básicos pra a sobrevivência.
Comentários
Postar um comentário