Natal



Na noite de ontem, 25 de dezembro de 2009, fiquei tentando lembrar o que era o natal para mim quando eu era criança, adolescente e no começo de minha vida adulta. Bem, na infância era o dia que ganharia uma Barbie nova da minha mãe, talvez outra de minha tia. Minha família se resumia em mãe vó e tia. na pré-adolescência, para mim, era um dia em que usuaria uma roupa da 775. Na adolescência, era o dia em que sairia com meus camaradas para encher a cara de vinho barato e cantar músicas do Iron ou do Metallica em voz alta para assustar toda a vizinhança. Nesse dia usaria um lindo modelito preto com coturno e spikes. No começo da minha vida adulta era um dia em que eu colocaria uma roupa nova e iria a casa de alguém, (qualquer um que convidasse, mesmo que por educação) e lá comeria até passar mal. Enfim, sempre um dia vazio, um dia sem significado... e percebo que hoje não é diferente. Agora, com trinta anos nas costas e um filho de 7, o natal é o dia em que eu sou obrigada a ir a casa da sogra para comer peru e maionese. Meu filho me inferniza, a partir de agosto, que quer ganhar qualquer porcaria da televisão. Obviamente brinquedos caríssimos, made in china, que não duram uma semana sequer... Não pude ensiná-lo que o natal é um dia simbólico que representa o nascimento de nosso salvador, ninguém deixaria, ele não acreditaria em mim, e nem mesmo eu acredito nessa história afinal. Sim, o natal para mim continua sendo o dia em que celebramos o consumismo inconsciente desvairado e não pude salvar meu filho dessa crença absurda, de que um brinquedo, uma roupa nova ou qualquer outra coisa que se compra no shopping vai trazer felicidade eterna enquanto dure. Vou receber críticas árduas sobre esse meu pensamento, mas quem é capaz de mudar alguma coisa afinal? Será que qualquer um de vocês gostaria de ganhar um sapatinho como o da foto acima? e oque vocês têm feito para melhorar o mundo?

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