Muitos podem
perguntar: Infeliz como? você tem braços, pernas, uma casa para morar.
Não sou infeliz por aquilo que tenho ou deixo de ter. Sou infeliz
quando olho para o mundo ao qual fui condenada a viver, com os seres
humanos inertes ou egoístas com os quais preciso conviver, com as
tragédias diárias que vejo acontecer diante de meus olhos e nada posso
fazer... A pior infelicidade que existe é o questionamento existencial,
pois o doente quer curar-se de sua enfermidade e continuar vivendo por
mais que ele sofra. Se ele morrer, seu sofrimento acaba, se ele
curar-se, sua vida toma novas formas, ele a vê com novas perspectivas,
sua fé aumenta e sua vontade de viver também. A dor existencial não tem
cura. Mesmo quendo se está doente, a desilusão é tão grande que nem
vale a pena lutar pela vida.... E não adianta dizer para ver o lado
bom, não adianta gritar, criticar, rir... não há cura para a dor
existencial. Conheci pessoas que morreram disso, pois se entregaram ao
acoolismo, às drogas ou a depressão. Conheci pessoas que perderam a
vida por tê-la abandonado. Não chegarei a esse ponto, mas estarei
sempre escrevendo, pensando e sonhando com um mundo que poderia ser
melhor e nunca será.
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