Barulho (de novo)


Quero fugir, voltar à frialdade inorgânica da terra. Mas quais os meios para isso? Já cogitei tantas vezes o suicídio, mas nunca tive a coragem de cometê-lo. O barulho têm me atormendado novamente. Eu começo a tremer, passar mal e saio na rua com tanto ódio que seria capaz de cometer loucuras se não fosse tão racional  como sou. Sou racional, mas sou humana, e o barulho me faz sentir isso com tanta força, acho que por isso não o tolero, eu sinto a fúria, o ódio, a intolerância humanas. Sentir tais coisas me traz ao âmbito material, tira-me de meu centro tão abstrato, dos meus raciocínios filosóficos (ou pseudo-filosóficos), de minhas questões profundas, do meu niilismo! O barulho afugenta toda a minha vida verdadeira, a vida que escolhi, a vida dos pensamentos. Não consigo suportar! Não mais! Minha rua é infestada de insetos acéfalos que se dizem humanos. Ninguém se preocupa com as algazarras da casa onde abriram o tal salão de festas que tanto me causa sofrimento e dor. Essa semana para mim está sendo muito digfícil, pois fui pedir para que parassem o barulho e imaginem só a resposta que levei! ah, não me era novidade, eu sabia que seria ignorada com todos os meus um metro e sessenta e cinco centímetros! Minha cara de menina boazinha, até parece que alguém iria se incomodar com a minha presença e a minha indignação!!!!! Fui moralmente ferida. Chamaram-me de vagabunda para baixo, logo eu, que naquele mesmo dia, sexta-feira 22 de maio de 2010 havia acordade as 6:15 da manhã, cheguei ao trabalho às 7:30 e só voltei à casa por volta de meia noite, o dia todo preenchendo cabeças com verbos irregulares!!!!!! Polícia? chamei. Psiu? acionei. Prefeitura? denunciei. e o que fizeram por mim????? uma mosca pobre, mais inteligente, de fato, do que todas as outras moscas... enfim, nada foi feito e nada será feito! Terei de ceder à injustiça calada. Que outros meios poderia usar? Acionei até redes de televisão, mas esses caras querem ver sangue... talvez se um dia alguém resolver me apagar eles venham cobrir com uma reportagem. Por agora, fica apenas o minha indignação e a vontade de autodestruição por ter sido humilhada e ofendida!

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