Sabedoria


Quero expor aqui o que concebo como sabedoria. Não sou nenhuma sábia, no entanto, mas quero trabalhar muitas dessas características para poder atingir um nível de sapiência cada vez mais elevado. Toda essa teoria que relatarei aqui é uma concepção que tiro a partir de minha própria experiência de vida e de livros que leio. Formulei minha própria teoria, mas serei breve no blog, pois aqui fazemos apenas leituras rápidas para reflexão. Acharia muito conveniente se meus leitores contribuíssem também com suas ideias.

Interessante ressaltar que antes de trabalhar com uma palavra especifica, sempre procuro seu significado etimológico. Sabedoria é o "domínio do saber", do latim sapientia, que significa "bom senso, bom discernimento, discrição, prudência, inteligência (Dicionário do Latim Essencial, Editora Crisálida). Outra curiosidade é que Sapientiae significa filósofos. No inglês, a palavra usada para sabedoria é wisdom, cuja origem é também latina - visionen (wis), ou seja,  visão. o sufixo dõm vem do inglês medieval, que significa estado, condição, autoridade, julgamento. Wisdom seria algo como Visão da condição ou o estado de algo, ou a faculdade de observar com autoridade e julgamento. Penso que essa trajetória da palavra seja um tanto pesada, pois visão fixa, ou visão de cima acarreta certa parcialidade de observação. Mesmo em português a palavra visão pode ter sentido de fantasia, devaneio ou ilusão. O que é um visionário? não é o mesmo que um sabedor.

Para falarmos em sabedoria, devemos observar alguns requisitos básicos da qualidade de um sábio. 

Em primeiro plano está a auto-suficiência. Obviamente, por vivermos em sociedade e dependermos de diversos tipos de interação humana, ser auto-suficiente se torna muito mais difícil. No entanto, o quanto menos dependermos das pessoas, melhor para nós mesmos.  E quando falo em auto-suficiência não falo apenas de relações de trabalho ou materiais, mas principalmente sentimentais. Se deixarmos nossa felicidade, realização, satisfação e construirmos "sonhos" inserindo outras pessoas, certamente iremos nos decepcionar muito. Mas esse tipo de sofrimento é fácil de contornar: aceitar que somos seres únicos e independentes (até certo ponto). Criar fantasias mirabolantes incluindo namorados, amigos e até familiares leva-nos, indubitavelmente, a sentimentos ruins. Raiva, rancor, possessividade, dependência, desapontamento, decepção.

Depois temos de ter Serenidade para aceitarmos o mundo e os nossos semelhantes. Serenidade consiste em compreensão, aceitação e paz interior. No latim, a palavra serenus, além de significar calma  e pacificação, também tem conotação de alegria. Quem está calmo, sereno, está em paz consigo mesmo, e essa é a melhor alegria que se pode ter.
Liberdade: entender que liberdade não é o mesmo que impulso. Fazer o que se quer não é libertar-se e sim escravizar-se pelos próprios desejos e prazeres. Temos que compreender que liberdade é somente aquilo que faz parte do nosso interior: nossos pensamentos, nossos sonhos e nossos objetivos. O mundo externo não se pode controlar, por isso, muitas vezes, sentimos uma angústia fulminante por não termos esse controle do que está fora de nós. Devemos, pois, concentrarmo-nos em nosso Eu e agirmos com ética, respeito e educação. Mesmo que o mundo lá fora seja uma selva, temos o nosso livre arbítrio, e com ele devemos praticar apenas o bem, sermos éticos. Se essa regra fosse seguida por todos os seres humanos, certamente uma grande utopia de minha parte, o mundo seria muito mais fácil. No entanto devemos ter em mente que não se pode controlar as ações dos outros, apenas as nossas, e cada ação que tomamos, haverá consequências. Pense nessas consequências antes de agir, se elas não infligirão a sua natureza.

Equilíbrio. esse é um dos fundamentos da sabedoria mais difíceis de cumprir. Viver uma vida equilibrada, sem excessos, sem ceder aos prazeres, à luxúria e à compulsividade exige muita disciplina. Se pensarmos nas atitudes que tomamos no dia a dia, e as observássemos com zelo, veríamos quantos excessos desnecessários fazemos todos os dias. Uns comem demais, outros falam demais, algumas pessoas tem mania de controle, perfeccionismo, ou se jogam para uma vida sedentária, cheia de futilidades. O equilíbrio consiste justamente em nos mantermos em uma vida regrada, para o nosso próprio bem. Refrear os impulsos que não nos trazem benefício algum. Realmente difícil, porém indispensável para nosso crescimento pessoal e humano.

Seja Imparcial: Todas as coisas têm sempre perspectivas diferentes. Não devemos julgar apenas por um ponto de vista particular, mas tentar enxergar o máximo possível de cada acontecimento. Não nos cabe julgar as ações alheias, pois não sabemos o que impulsiona cada ser humano. Mas nosso dever é avaliar nossos próprios comportamentos e atitudes. E mesmo não sendo compreendido por todos, devemos tentar compreendê-los. Isso não fará bem para ninguém a não ser para você mesmo. A partir do momento em que começamos a enxergar diferentes perspectivas, estamos desenvolvendo nosso pensamento crítico. Ao rotularmos, julgarmos e condenarmos as outras pessoas, estamos nos restringindo a um pensamento fixo e inverossímil, dessa maneira atrofiamos nossa capacidade de observações profundas.

Eis aqui um simples resumo do que acredito ser Sabedoria. Existem muitos outros pontos para refletir, entretanto não quero cansar meus leitores, aos poucos vou publicando mais desse pensamento

Abraços Fraternos


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