Acabei de chegar da casa de uns amigos, quando fui pegar meu carro,
percebi que haviam quebrado o vidro. Algum "marginal, favelado" tentou
roubar meu rádio, mas só conseguiu entortá-lo e levar uma parte. Não
conseguiu roubar o aparelho. Na hora todos que estavam comigo ficaram
indignados, com muita raiva e xingando esses "trombadinhas, vagabundos,
favelados". Eu apenas fiquei triste. Não só pelo fato de ter um grande
prejuízo com o vidro e a parte do rádio, mas sim pelo que as pessoas são
capazes de fazer para se incluir nesse sistema horrível em que vivemos.
As favelas existem porque nós deixamos. Nós somos responsáveis pela
exclusão de inúmeras pessoas pois nada fazemos para que exista justiça e
igualdade. Não tomar nenhuma atitude é um posicionamento político de
aceitação. E a tomada de atitude só pode surgir a partir de um
movimento de trabalhadores conscientes. Os governos estão pouco se
lixando para nós, que lhes damos carta branca para corrupção e
degradação social.
Nós apenas conseguimos dizer: "Ah, fazer o
quê?" enquanto a verdadeira bandidagem está no centro e não na
marginalidade. Quem quebrou o vidro do meu carro fui eu, fomos nós, que
deixamos tudo do jeito que está, e não um coitado que nem conseguiu
fazer seu "trabalho" direito. O ladrãozinho de rádio deveria ter as mãos
cortadas? Não! Nós é quem devíamos cortar as mãos desses salafrários de
terno! Mas que tipo de revolução deve-se fazer para que a injustiça e
desigualdade se amenizem? Gostaria muito que um movimento forte contra a
bandidagem política existisse e que todos nós pudéssemos viver um pouco
melhor. Vou dormir triste porque repito esse mantra "ah, fazer o
quê?"...
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